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A transformação digital precisa de uma infraestrutura moderna de missão crítica

*Nicholas Evans

​​A transformação digital vai muito além da experiência digital do cliente na ponta. A transformação exige mais, exige uma infraestrutura moderna de missão crítica que suporte esse processo. Quando os negócios não conversam com TI, temos uma “TI inconsistente", e o que pode acontecer em breve é termos uma “área digital inconsistente" se o Chief Digital Officer (CDO) não conversar com o CIO ou vice-versa.

​É necessário focar em diversos aspectos que englobam as funções do CDO e do CIO: foco na experiência do cliente em todos os novos canais, pro​cessos e dispositivos digitais; foco em "interações" e "transações" de missão crítica; foco nas novas formas de infraestrutura como, por exemplo, princípios definidos por software para a entrega de níveis de serviço mais altos e eficientes em termos de custos; e foco em novas abordagens para a disponibilização de segurança de missão crítica contra as ameaças emergentes de hoje.

Então, qual é o problema com o digital?

Atualmente, o conceito de "​​​transformação digital" ​tem sido aplicado por CEOs globalmente para repensar e redesenhar seus modelos e processos comerciais tradicionais existentes no contexto das tecnologias disruptivas, da consumerização de TI, da computação onipresente de baixo custo e de nossa sociedade mundialmente conectada.

Estas tecnologias disruptivas, incluindo as mídias sociais, mobilidade, big data e cloud computing, estão sendo aplicadas não apenas para a transformação da TI, mas também para a transformação dos negócios como um todo. Na verdade, de acordo com uma pesquisa com CEOs nos EUA conduzida pela PwC, “Quando os líderes dos negócios consideram as megatendências que mudariam o mundo, 86% deles mencionaram os avanços tecnológicos como a tendência global que causará maior transformação nos negócios".

Esta noção de “digitalização" está afetando todos os aspectos das operações de negócios desde a inovação ao redor dos produtos e serviços atuais, incluindo o engajamento dos clientes, até os modelos e processos comerciais - e nenhuma indústria está isenta. Do meu ponto de vista, isto representa uma continuação da era de e-business do fim dos anos 90, porém com novas e poderosas tecnologias e insights inteligentes capazes de permitir que negócios estendam estas vantagens digitais muito além e de uma forma ainda mais universal entre seus diferentes canais e operações nunca vista antes.

Aqui vemos alguns exemplos do potencial financeiro da transformação digital. No que diz respeito a cifras econômicas, a Booz & Company analisou que um aumento de ​10% na nota de digitalização de um país representa um crescimento de 0,75% no PIB per capita. Já a McKinsey revelou que a transformação digital é capaz de impulsionar os resultados em mais de 50%​ nos próximos cinco anos para empresas que se aproveitem de todas as oportunidades para agregar valor.

Conectando o digital à missão crítica atual

Para embarcar na transformação digital de forma estratégica, ao contrário da abordagem “de fachada” ou de uma abordagem ad-hoc​ fragmentada, acredito ser importante pensar no data center altamente virtualizado, altamente distribuído, no data center do futuro e nas capacidades chave que precisarão estar em uso do ponto de vista da TI corporativa.

Afinal, apesar de uma porcentagem cada vez maior das cargas de trabalho dos data centers estarem migrando para a nuvem, o fato é que viveremos por muitos anos em um ambiente de TI híbrido que será composto por uma mistura de ambientes de implantação de data center tradicional, terceirizado, e nas nuvens pública e privada suportadas por diferentes provedores.

Para CIOs pioneiros, o desafio é dar suporte aos objetivos de transformação digital dos CDOs de uma maneira rápida, flexível, administrável e segura aplicando uma infraestrutura de TI inovadora que possa servir como plataforma de sustentação. Esta plataforma precisa combinar o “velho" com o “novo", assim como reter as capacidades de missão crítica do data center tradicional, porém expandindo para suportar processos de negócios modernos e transformados digitalmente, bem como seus usuários, aplicações e dispositivos associados.

Requerimentos emergentes para a infraestrutura de missão crítica moderna

À medida que a indústria de TI se move para a próxima onda de TI corporativa, construída sobre os alicerces das tecnologias de mídias sociais, mobilidade, analytics e cloud computing, novos paradigmas são definidos para a digitalização dos modelos e processos de negócios, o futuro do trabalho e a forma na qual lidamos com pontos de inflexão de informações levantados pelo big data. As organizações de TI precisam aceitar estes novos paradigmas e deixar o data center do futuro fazer o trabalho pesado ao hospedar, gerenciar e entregar esta nova incrível experiência digital ao usuário final.

Os requerimentos emergentes para sistemas de missão crítica determinam que os sistemas não podem mais estar em silos, com a tecnologia proprietária restrita a poucas aplicações-chave. Os sistemas precisam fazer parte de uma estrutura de missão crítica, flexível e ágil que funcione a baixo custo em plataformas padrão da indústria que suportem as aplicações altamente consumerizadas de hoje e a ‘Internet das Coisas’ do futuro.

Essa é a premissa do data center de missão crítica moderno: ser capaz de suportar e democratizar a computação de missão crítica de modo que esteja disponível no custo mais baixo possível com escalabilidade, previsibilidade e desempenho, tudo isso com maior segurança.

Alguns destes requerimentos fundamentais dos sistemas de missão crítica de hoje incluem:

  • ​Experiência de cliente atrativa e sem dificuldades em todos os novos processos, canais e dispositivos digitais - Com a reputação cada vez mais sendo definida pela experiência do cliente nos canais digitais de uma organização, a qualidade da experiência do cliente agora é de missão crítica.
  • A cobertura de missão crítica para as “interações" e “transações” do cliente - No ambiente atual, onde processos habilitados por TI e insights de informações constituem vantagens-chave do valor do negócio, as interações do cliente, tanto antes quanto após a transação, são tão importantes quanto as transações de fato.
  • Infraestrutura de missão crítica para entregar elevados níveis de serviços de missão crítica com eficiência de custo-​ Com o escopo em expansão das aplicações de missão crítica e as expectativas mais altas para os níveis de serviços de missão crítica, as organizações precisam encontrar abordagens que permitam atingir estes novos requerimentos de uma forma eficiente em termos de custo para fazer “mais com menos" utilizando plataformas padrão de indústria de baixo custo sem a necessidade de expandir a área de cobertura do data center ou requerimentos de trabalho.
  • Segurança de missão crítica contra as ameaças emergentes -​ Uma ​abordagem totalmente nova à segurança cibernética é necessária para possibilitar os benefícios das transformações e o uso de novas tecnologias disruptivas sem aumentar o risco da quebra de dados sigilosos e sem colocar em risco operações de missão crítica.

A infraestrutura e as operações de missão crítica de hoje precisam funcionar como alicerce para as necessidades futuras e serem capazes de entender o escopo de computação de missão crítica em constante desenvolvimento. Isto exige repensar o escopo do processo, de aplicação, dos planos de níveis de serviço e de continuidade dos negócios e das estratégias de gestão de riscos - tudo dentro do contexto atual das operações de TI e de data centers operando em plataformas padrão da indústria de baixo custo para “conseguir mais com menos".

Atingindo esses objetivos conseguimos fazer com que as iniciativas de transformação digital evitem “uma área digital inconsistente" e consigam o melhor dos dois mundos, onde o “moderno" se junta ao que é de “missão crítica" e o CDO e o CIO trabalhem conjuntamente para atingirem o potencial máximo de suas organizações.

Nicholas Evans lidera o Programa Estratégico de Inovação da Unisys e foi apontado como um dos 100 principais líderes de TI em 2009 pelo prêmio Computerworld’s Premier 100 IT Leaders. Contatos através do e-mail ​nicholas.evans@unisys.com​ ou em sua página do LinkedIn.