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​Segurança: centro de custo ou diferencial competitivo?

*Leonardo Carissimi

Melhorar a experiência de clientes que aguardam atendimento em filas, como aquelas no check-in de aeroportos ou em agências bancárias. Fidelizar clientes em lojas, aumentar o ticket médio e maximizar vendas. Facilitar o acesso de cidadãos a serviços públicos diversos. Aumentar a eficiência de cadeias produtivas. Reduzir tempo e custo de entrega de produtos comprados via Internet. Aumentar a produtividade de equipes de vendas dispersas geograficamente. Reduzir custos de TI, aumentando sua agilidade.

O que isso tudo tem em comum, além de constarem nas listas de desejos de CEOs de organizações de todos os tipos?

Note que são objetivos habilitados pelo uso de tecnologias, mais especificamente tecnologias que nasceram no mundo da Segurança. Tecnologias que, se bem empregadas, representam um investimento em melhoria do negócio. Inovações que resultam em diferenciais competitivos.

Se a conexão entre os temas não está clara, revisemos os exemplos acima.

Muitos negócios têm como desafio medir o tempo de espera de clientes para melhorar a sua experiência no atendimento. Check-in em aeroportos ou agências bancárias são exemplos. Tecnologias como biometria (por reconhecimento facial) ou análise de vídeo, nascidas para aumentar controle e vigilância, podem ser utilizadas como diferencial para melhorar a experiência dos clientes. De forma similar, pode-se usar essas tecnologias para entender o comportamento de clientes em uma loja – os pontos de maior interesse, o fluxo de circulação etc. – e melhorar o atendimento e as vendas revisitando temas como a disposição de produtos e espaços.

O uso de cartões inteligentes para armazenar diferentes informações e benefícios de cidadãos é comum em alguns países. Assim como usar tecnologias de localização (eBeacon, RFID etc.) para dar maior visibilidade das etapas de processos produtivos e/ou de cadeias logísticas. E já há casos, ainda que experimentais, em que Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs, ou simplesmente drones, inicialmente desenvolvidos como armas de guerra) fazem entregas de produtos comprados via Internet.

Finalmente: adotar medidas de segurança simples e eficazes para assegurar a confidencialidade, disponibilidade e integridade de informações trafegadas entre dispositivos móveis e a Nuvem, e armazenados nesta, permitirão que diferentes modelos de negócio se tornem realidade. Permitirão a TI usufruir dos benefícios de agilidade e flexibilidade da Nuvem, ao mesmo tempo desmistificando a insegurança do modelo de Computação em Nuvem.

Portanto, são alguns exemplos nos quais tecnologias "de Segurança" são usadas diretamente para crescer o negócio indo além do seu papel tradicional de apoiar a Gestão de Riscos. São usadas para inovar em produtos e serviços, fidelizar clientes, aumentar faturamento, diminuir custos. Claro, melhor ainda se o mesmo conjunto de tecnologias puder ser usado em ambas as situações – inovação e criação de diferenciais, e na proteção do negócio. Afinal, neste caso o investimento se pagará ainda mais rapidamente.

O fato é que a Segurança pode - e deve - ser mais do que um item de custo, voltado apenas à proteção de ativos e à conformidade, e com vícios que enrijecem processos e limitam possibilidades de negócio. Ela pode ser uma fonte de inovação competitiva, ao sair da retaguarda para a linha de frente, de forma integrada com o negócio. Observe o mundo ao seu redor e perceba que ele pede cada vez mais isso. Afinal, a tecnologia e a informação estão cada vez mais onipresentes, saindo dos Centros de Dados e ganhando as ruas.  

* Leonardo Carissimi lidera a Prática de Segurança da Unisys na América Latina